7.30.2009

passado, PRESENTE, futuro...

Não sou muito boa para dar conselhos, aliás, como diria meu pai: “Se conselho fosse bom ninguém dava, vendia”. Além disso, acredito que as pessoas vivam as suas vidas de acordo com suas crenças, expectativas, cultura e, portanto um conselho é sempre uma visão unilateral de alguém que provavelmente não está envolvido emocionalmente no assunto. Mas porque eu estou dizendo tudo isso? Porque o tema é delicado e não sou do tipo que gosta de livros de auto-ajuda, portanto aí vai a minha humilde opinião, a minha filosofia de vida e não um conselho: Viva cada momento como se fosse o único, o último e o inesquecível. Soa um grande clichê, eu sei, mas não é. Venho fazendo esse exercício mental há muito tempo e posso afirmar que sou mais feliz e bem menos ansiosa e angustiada agora.
É por essa razão que o momento atual, o presente se chama presente, pois conforme o dicionário da língua portuguesa, presente também significa dádiva, mimo, oferta. Eu interpreto com isso que o tempo presente, o agora, nos é dado como uma oferta, uma dádiva. A dádiva da vida.
O passado faz parte da sua história. Bom ou ruim, certo ou errado é imutável. O melhor é encará-lo como uma grande escola e deixá-lo lá, no seu devido lugar, no passado. Viver de passado é uma enorme perda de tempo e de energia, e utilizando-se novamente do nosso dicionário, passado também é utilizado para um fruto que começou a apodrecer.
E o futuro? Para mim futuro é uma folha de papel em branco. É sinônimo de “arte das possibilidades”. No filme O Náufrago, de Robert Zemecks, o personagem Chuck Noland vivido pelo ator Tom Hanks fica preso numa ilha por quatro anos após um acidente aéreo, e em uma das cenas finais ele diz uma frase que marcou a minha vida: “Amanhã o sol vai nascer, e quem sabe o que a maré vai me trazer...”, simples e profundamente sábio.
Como a vida é feita de momentos e a felicidade é fugaz, eu prefiro deixar o passado e o futuro nos seus devidos lugares e viver intensamente o agora.
Ontem, em plena quarta-feira do mês de junho e um friozinho gostoso para acompanhar, eu estava na cozinha da casa da minha vovó, aquelas cozinhas grandes e antigas, comendo bolo de cenoura com cobertura de chocolate e tomando um café fresco e quentinho, e me peguei sorrindo enquanto comia. Que momento mágico! Vou guardá-lo com carinho numa pasta das minhas memórias e voltar ao momento feliz do agora enquanto escrevo essas palavras com todo o meu coração.

Paula Bueno - Junho 2009

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